Empresa fundada em 2018 tem 104 MWp, a segunda onda de investimentos deverá elevar a 218 MWp e a partir de 2024 começará o terceiro ciclo de investimentos
MAURÍCIO GODOI, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE SÃO PAULO (SP)
A GD Sun, empresa que atua no segmento de geração distribuída remota, está com plano ambicioso. A companhia que detém atualmente pouco mais de 100 MWp em capacidade de geração está em seu segundo ciclo de investimentos e até o final de 2023 projeta alcançar 218 MWp. Esse volume adicional está em construção, mas a partir de 2024 a perspectiva é de aumentar sua potência instalada em mais de 100% com 260 MWp adicionais. Desse volume 70% já possuem o parecer de acesso para atender às exigências da Lei 14.300/2022.
Esse aporte é chamado internamente de 3º ciclo de investimentos. Ao se confirmar os planos da empresa, a GD Sun chegará ao final de 2025 com 478 MWp em capacidade solar espalhados por quatro das cinco regiões do país. O perfil dos clientes deverá mudar um pouco. Atualmente a empresa atende na modalidade de autoconsumo remoto para grandes clientes. Com o avanço, a perspectiva é de chegar ao mercado mais pulverizado e, para isso, a estratégia passa pela parceira com grandes empresas que têm uma carteira de clientes qualificados, como por exemplo, seguradoras.
O CEO da empresa, Arthur Sousa, explica que a decisão de expandir para mais que dobrar a capacidade de geração da empresa foi tomada no ano passado diante do crescimento que o segmento em que atua apresentou. “Tomamos a decisão olhando a agenda regulatória com a lei 14.300 para iniciarmos o terceiro ciclo de investimentos. Dos 260 MWp em projetos que temos já garantimos o parecer de acesso a 70% desse volume, temos pouco menos de dois meses para o restante, mas creio que conseguiremos esses pareceres no prazo para garantir o benefício do marco regulatório”, comentou ele à Agência CanalEnergia.
Segundo o executivo, a empresa não trabalha com o prazo adicional que vem sendo discutido no Congresso Nacional em um PL que prevê adiar em 12 meses o fim do benefício aos projetos solares. Sousa destaca que a empresa já se preparou e organizou com o limite da lei 14.300. Contudo, diz que a empresa acompanha via associação essas discussões. Para ele, empresas mais maduras não teriam mudança em sua estratégia de negócios até porque as discussões começaram há algumas semanas e planos de investimentos são decididos olhando uma linha de tempo mais extensa.
A GD Sun surgiu em 2018, resultado de um fundo de investimentos de R$ 2 bilhões que atuou em duas frentes, em geração centralizada e outra que deu origem à empresa. O equity inicial, conta ele, foi de R$ 500 milhões e por meio de mais duas operações de captação chegou a R$ 1 bilhão. Hoje está com 104 MWp em 44 usinas distribuídas em diversas regiões sendo 40% entre São Paulo e Minas Gerais, 20% no Nordeste, 16% no Sul e o restante no Centro-Oeste.
“O terceiro ciclo representará um grande desafio, dobrar de tamanho em dois anos”, definiu ele. Por isso, a estratégia de ter parceiros qualificados e com uma grande base de clientes é o caminho escolhido. A empresa não vê nesse momento entrar em plataformas de marketplace para a comercialização da energia que produzirá.
No início de outubro a empresa adquiriu por R$ 3 milhões uma usina em MG, na cidade de Várzea da Palma. Naquele estado a GD Sun calcula ter investido um valor de R$ 115 milhões desde 2021, quando passou a atuar na região.
Mais recentemente, fechou um novo acordo com a Claro em seu programa ‘Energia da Claro’, que prevê o investimento em fontes de energia renovável para o abastecimento de suas operações.
O acordo consiste no arrendamento de parques solares da GD Sun com um volume de produção anual de 64GWh para compensar, na modalidade de autoconsumo remoto, a energia utilizada pelas unidades consumidoras da Claro. Entre projetos energizados, em fase de implantação e em desenvolvimento, a parceria conta com 13 usinas e capacidade instalada de 42,2 MWp. Essa energia é responsável pelo abastecimento de diversas antenas, lojas e escritórios da empresa.
O programa da Claro foi idealizado em 2017 quando se comprometeu a utilizar energias renováveis para abastecer seus negócios. Hoje a empresa conta com 68% de toda a sua operação sendo abastecida por fontes de energia renovável. Atualmente, a GD Sun opera 8 usinas exclusivas para a Claro, distribuídas em 4 estados (São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul).
Comments